A vigilância epidemiológica se estabelece por meio de informações, prevenção e controle de doenças da saúde de determinada pessoa, ou de um grupo de pessoas. Na saúde bucal, a vigilância se dá em afecções que acometem a cavidade bucal e suas estruturas.
Geralmente, a vigilância epidemiológica, seja da saúde geral ou bucal, de uma comunidade faz parte da estratégia adotada por um Governo. Podem ser estratégias do Governo Federal para o país como um todo, ou estratégias conforme as diferenças locais, feitas pelos governos municipais, baseado em estudos e pesquisas.
Isso porque há diferenças nas realidades de cada município, como o acesso à informação ou à saúde pública, por exemplo. Também pode haver diferenciações nos sistemas de vigilância epidemiológica em determinados períodos, mais propensos a algumas doenças, mas este não é o caso da saúde bucal.
Fluoretação da água como estratégia de vigilância epidemiológica
De uma forma mais ampla, como já citamos, as estratégias de vigilância epidemiológica em saúde bucal são provenientes de decisões macro, que – teoricamente – devem atingir a população como um todo. Estudiosos citam como uma das primeiras ações de vigilância, a aprovação da lei de fluoretação da água em 1974.
A necessidade da fluoretação da água de abastecimento público foi verificada pelos benefícios da aplicabilidade contínua do flúor em prol da saúde bucal. Já que o flúor pode prevenir o aparecimento das cáries dentárias.
Por meio da fluoretação da água, as pessoas têm acesso a este modo de prevenção involuntariamente, sem que seja necessária alguma ação individual. Ao utilizar a água para consumo, cozinhar alimentos ou até mesmo enxágue bucal após a escovação, os indivíduos já estão se beneficiando do flúor para sua saúde bucal.
Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal
O Ministério da Saúde, para verificar os problemas que mais acometem a população, realiza, desde 1986, o levantamento epidemiológico em saúde bucal. A última publicação data de 2010, e já apontou grandes avanços relacionados aos primeiros estudos. Como uma significativa redução da cárie dentária, principalmente no período de 2003 a 2010.
Os levantamentos servem como base para as ações de vigilância epidemiológica que serão realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para evitar os problemas epidemiológicos apontados nos estudos.
Brasil Sorridente
Uma das ações que surgiram após os estudos publicados nos levantamentos foi o Programa Brasil Sorridente lançado pelo Governo Federal em 2004. Esse programa é uma das estratégias da vigilância epidemiológica a que nos referimos no início deste post.
Com o Brasil Sorridente, a população passou a ser atendida também visando à saúde bucal, integrada a outros programas de saúde, como o da Saúde da Família.
O levantamento de 2010 aponta que com o Brasil Sorridente houve aumento de 390% das equipes de Saúde Bucal. Além disso, foram criados 865 Centros de Especialidades odontológicas. A ampliação do acesso a água tratada e fluoretada também pode ser observado. Ela se estendeu para cerca de sete milhões de brasileiros.
Todas as mudanças obtidas por meio do planejamento da vigilância epidemiológica proporcionaram a redução do número de dentes extraídos, a ampliação do acesso aos serviços públicos odontológicos e a redução do número de cáries.
Como vimos, a vigilância epidemiológica em saúde bucal é de ampla importância. Além de levar o conhecimento à população, ela pode colaborar para a prevenção de uma série de doenças, desde às cáries dentárias às mais graves.
Um bom planejamento aliado às ações de vigilância devem ser realizados periodicamente. Gostou de nosso artigo? Em nosso blog você pode encontrar mais informações sobre a saúde bucal.