Mesmo que a tomada de raio x não esteja entre as funções do Auxiliar de Saúde Bucal (ASB), seja nos consultórios e clínicas odontológicas ou nos ambientes hospitalares, a radioproteção para o ASB é de suma importância. Isso porque o auxiliar, assim como os demais profissionais da equipe odontológica, fica frequentemente exposto à radiação.
Na Odontologia, as radiografias auxiliam no diagnóstico e tratamento em diversas situações, na ortodontia, no pré e pós operatório, na exodontia. Enfim, em grande parte das especialidades, já que a maioria das doenças bucais encontra-se em tecidos duros, sendo difícil sua avaliação somente no exame clínico.
Por este motivo é que em junho 1998 o Ministério da Saúde definiu a Portaria 453 que dispõe sobre as “Diretrizes de Radioproteção em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico”, que deve pautar os trabalhos dos profissionais da saúde expostos às radiações, para que problemas não venham a ocorrer.
Entre as diretrizes básicas da radioproteção para o ASB e para demais profissionais da saúde está a blindagem – com os aventais de chumbo, o tempo de exposição e a distância que o profissional deve ficar da radiação.
Apesar de estudos apontarem que os níveis de radiação na odontologia são baixos, a frequente exposição pode sim trazer danos à saúde dos profissionais e pacientes, pois sua utilização inadvertida pode causar mutações do DNA contido nas células.
Tipos de dispositivo utilizados para o raio X
Além das regrinhas básicas da radioproteção para o ASB e demais profissionais, há outras que envolvem o tipo dos aparelhos de Raio X utilizados na Odontologia. As novas tecnologias, que dispõem de controle maior, estão disponíveis no mercado, mas não são todos os consultórios que já se adequaram a elas, por conta dos custos.
Como é o caso do aparelho de raio X intraoral que deve ter um diâmetro de campo determinado, além de um cilindro localizador. Tudo isso para diminuir a dose de radiação nos pacientes.
Além disso, o dispositivo de tempo mecânico não é mais permitido. E o cabo disparador deve contar com no mínimo dois metros, isso para garantir a radioproteção para o ASB e para o dentista. A Portaria 453/1998 também prevê o Controle de Qualidade dos Equipamentos de Raios-X Odontológicos.
Menor tempo de exposição garante radioproteção do ASB e demais profissionais
Apesar das novas tecnologias e dos cuidados tanto para a radioproteção do ASB e demais profissionais, quanto dos pacientes, ter aumentado, ainda percebe-se um alto tempo de exposição de radiação na Odontologia.
Estudo realizado pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) apontou que 30% dos profissionais ainda utilizam tempo de exposição e doses maiores do que o necessário para garantir uma imagem satisfatória. Esses números já foram piores, mas há muito o que evoluir. Em 1990, eram 90% dos profissionais que utilizavam doses maiores que o necessário.
Papel do ASB
O papel do ASB vai além do auxílio ao cirurgião-dentista para dispor o paciente da melhor forma para a tomada radiográfica. Entre as funções deste profissional, disposta em lei, está o processamento radiográfico. E este é essencial para garantir a radioproteção de todos os envolvidos, já que erros podem demandar trabalho e radiação dobrados.
Como verificamos a radioproteção do ASB é um assunto que deve ser debatido, mesmo não sendo função específica deste profissional a tomada de radiografias. Todos os profissionais envolvidos devem prezar pela sua saúde assim como prezam pela dos pacientes. Saiba mais em nosso blog.